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Interligação entre Sono, dor e processo intestinal


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As alterações da qualidade do sono ocorrem de 50% a 80% na população portadora de processos dolorosos crônicos, portanto, as alterações na qualidade do sono nos pacientes com dor crônica são frequentemente relatadas . A associação dor e sono ainda não é muito compreendida. Porém, sabe-se que indivíduos com dor têm quatro vezes mais possibilidade de apresentar piora do sono que indivíduos sem dor.

O sono é um comportamento que ocupa cerca de um terço de nossas vidas, durante o qual, observamos comportamentos de repouso e de intensa atividade no Sistema Nervoso Central (SNC), os quais se assemelham com estado de vigília.

É um processo fisiológico e comportamental, que se desenvolve em diversas fases subsequentes, cujo conjunto é denominado de arquitetura do sono, as quais evidenciam a natureza não homogênea de diferentes etapas do sono.

Sabe-se que o componente circadiano do ciclo vigília-sono é gerado pelos núcleos supraquiasmáticos (NSQ) localizados nas regiões do hipotálamo anterior. Os NSQ são estruturas anatômicas localizadas na base do cérebro, sobre o cruzamento das fibras nervosas originárias dos olhos, o quiasma óptico35 . Considera-se que os mecanismos neurofisiológicos dos NSQ seriam os impulsos luminosos conduzidos pelo nervo óptico os responsáveis pelo funcionamento deste centro encefálico. Esse mesmo estimulo de luz, atua sobre a glândula pineal, que por sua vez, secreta melatonina considerada um neurohormônioo cuja secreção está vinculada ao ciclo vigília-sono.

Deve- se a inter-relação entre três sistemas neurais diferentes, o primeiro é o sistema de excitação: regulado por grupos de neurônios no hipotálamo que envolvem o sistema de ativação reticular (SARA), estrutura esta crucial para a manutenção da ativação cortical e alerta de comportamento, tendo a participação nesta manutenção neurotransmissores (noradrenalina, dopamina, acetilcolina (ACh), histamina) e alguns peptídeos. O segundo é o centro de sono de ondas lentas, caracterizado pelo EEG, como sincronização cortical, hipotonia muscular e fusos, o qual constituem os centros de controle parassimpáticos pela inibição de sistema ativador por meio GABAérgicos, com a participação de alguns peptídeos (somatostatina/galanina) que se localizam na GABA, produzem e prolonga e mantém este sistema . Portanto o centro de sono paradoxal, localizado no tronco cerebral, consiste em intensa atividade elétrica e metabólica. A caracterização pelo EEG dessincronizado, ondas teta-hipocamais, atonia muscular e episódios de movimentos oculares, a interação de várias estruturas nervosas especificas, como neurotransmissores (ACh, glutamato, glicina, GABA) compõem o sono paradoxal. No decorrer de uma noite de sono, os sistemas e funções fisiológicas sofrem alterações acompanhando as fases do sono REM e sono N-REM. A cada momento do sono as respostas do organismo serão diferentes.

Alguns peptídeos produzidos no trato gastrointestinal (colecistocinina), durante o processo de digestão, atingem a circulação sanguínea e são indutores do sono - sonolência pós-prandial.

Na terminação nervosa livre muscular, neurotransmissores como a substância P (SP), o peptídeo geneticamente relacionado à calcitonina (CGRP), polipeptídeo vasoativo intestinal e fator de crescimento nervoso também têm sido identificados. Localização anatômica dos tender points. Em modelos de isquemia muscular experimental em humanos, a dor não se origina exclusivamente do músculo, mas de outras estruturas como pele, periósteo e tecido conjuntivo. Observa-se uma resposta neurogênica reflexa, com liberação de SP e CGRP em terminações nervosas próximas à lesão, capaz de induzir vasodilatação e edema. Há atração de células do sistema imune e consequentemente produção de bradicinina e sensibilização de nociceptores.

Outro importante neurotransmissor associado ao processo de transmissão dolorosa é a serotonina (5-HT), amina biogênica que tem sua taxa de síntese dependente da disponibilidade de triptofano livre no plasma. A 5-HT é secretada por diversos neurônios no núcleo da rafe e atua como inibidora das vias de transmissão dolorosa na medula, estando relacionada com as alterações de comportamento, de humor, ansiedade, depressão, sono, fadiga, supressão do apetite, além de estar envolvida na regulação da motilidade do trato gastrointestinal

Estudos relatam que há latência prolongada, redução da eficiência do sono, indicando o comprometimento da qualidade do sono e intestinal.

 
 
 

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©2022 por Dra Priscila Ferreira Fisioterapeuta Cervicocraniomandibular. 

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